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2012 - Livro Vermelho 2013

Doryopteris paradoxa (Fée) Christ VU

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 22-06-2012

Criterio: B2ab(iii)

Avaliador: Rafael Augusto Xavier Borges

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Doryopteris paradoxa apresenta subpopulações sujeitas a 10 situações de ameaça. Seu hábitat são campos rupestres e campos de altitude, que estão intensamente degradados pela incidência de fogo e mineração.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Lytoneuron paradoxum (Fée)Yesilyurt;

Família: Pteridaceae

Sinônimos:

  • > Doryopteris paradoxa ;
  • > Cassebeera paradoxa ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Distribuição

A espécie ocorre nos Estados São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná (Prado, 2012) e Minas Gerais (Viveiros, 2010).Em Minas Gerais a espécie foi encontrada em altitudes entre 1260 e 1650 m (Viveiros, 2010).

Ecologia

A espécie é uma erva, rupícola (Prado, 2012). Ocorre em floresta úmida montana como as encontradas na cadeia do espinhaço (Salino; Almeida, 2008). A espécie ocorre nos campos de altitude Parque Nacional do Itatiaia. Segundo Ribeiro; Medina (2002) na região do Planalto do Itatiaia ocorre em fendas ou sob blocos de rocha em locais ensolarados.Em Minas Gerais a espécie foi encontrada em campo rupestre, sobre afloramento rochoso próximo a curso d'água (Viveiros, 2010)

Ameaças

7.4 Wildfire
Severidade very low
Detalhes O Parque Nacional do Itatiaia apresenta ao longo de sua história episódios de incêndios extensos e duradouros, como o ocorrido em 1963 que atingiu cerca de 10.000 ha, permanecendo ativo por mais de 40 dias. Aximoff; Rodrigues (2011), com base nos incêndios ocorridos em 2001 (600 ha), 2004 (600 ha) e 2007 (800 ha), sugerem padrão de ocorrência trienal para os grandes incêndios mesmo que em áreas não sobrepostas (dados dos limites do incêndio de 2004 não foram encontrados). De maneira a reforçar esta hipótese, em 2010 o PNI teve mais de 1.100 ha de campos de altitude queimados em um único incêndio (Aximoff, 2011).

1.3.1 Mining
Severidade high
Detalhes A regiãocentral do Espinhaço tem como principal ameaça a atividade mineradora(Vasconcelos et al., 2008)

1.3.1 Mining
Severidade high
Detalhes A região doQuadrilátero Ferrífero em Minas Gerais é ameaçada pela atividade mineradora. Aextração do minério de ferro - cava - atinge diretamente os ecossistemas deCampo Ferruginoso, protegidos por legislação federal e estadual, classificadascomo Área de Preservação Permanente (Santos, 2010).

1.7 Fire
Severidade high
Detalhes No Parque Nacional da Serra dos Órgãos, RJ, a vertente Norte esta fortemente ameaçado a incidência de incêndios, uma vez que as correntes de vento úmidas ficam retidas na vertente Sul. A estação de seca tem início em maio, com focos de incêndio mais crítico no meses de agosto e setembro. O início de incêndio ocorre principalmente pelo preparo de terreno para a prática agrícola e queda de balões. Em 2004, um incêndio iniciado fora da área do parque provocou a queima de 250 ha. Em oito anos, 1999-2006 foi queimado 872,5 ha nas áreas do Parque e entorno (MMA; ICMBio, 2008).

1.7 Fire
Severidade high
Detalhes Em setembro de 2001 foram detectados 485 focos de incêndios no Parque Nacional do Caparaó, região próxima de onde a espécie ocorre, destruindo a floresta nativa e áreas de pastagem. Em 2000 a área de queimadas aumentou 40% em relação ao ano anterior. Mesmo assim na região aumentaram tanto o número de licenças para plantação de cana-de-açúcar e pastagem, como do número de multas por queimadas ilegais (CEPF, 2001)

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: "Deficiente de dados" (DD), segundo a Lista vermelha da flora do Brasil, anexo 2 (MMA, 2008)

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre nas seguintes unidades de conservação (SNUC): Parque Estadual Pico do Paraná, PR, Parque nacional do Itatiaia, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, RJ (CNCFlora, 2011) e RPPN Santuário do Caraça, MG (Viveiros, 2010)

Referências

- CEPF - CRITICAL ECOSYSTEM PARTNERSHIP FUND -. Mata atlântica hotspot de biodiversidade. , p. 29, 2001.

- VASCONCELOS, M. F.; LOPES, L. E.; MACHADO, C. G.; RODRIGUES, M. As aves dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço: diversidade, endemismo e conservação. Megadiversidade, v. 4, n. 1-2, p. 197-217, 2008.

- SALINO, A.; ALMEIDA, T. E. Diversidade e conservação das pteridófitas na Cadeia do Espinhaço, Brasil. Megadiversidade, v. 4, n. 1-2, p. 50-70, 2008.

- SANTOS, L. M. Restauração de campos ferruginosos mediante resgate de flora e uso de topsoil no quadrilátero ferrifero, Minas Gerais. Tese de doutorado. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais, 2010.

- RIBEIRO, K. T.; MEDINA, B. M. O. Estrutura, Dinâmica e Biogeografia das Ilhas de Vegetação Sobre Rocha do Planalto do Itatiaia, RJ. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia, v. 10, p. 11-82, 2002.

- CONDACK, J. P. S. Pteridófitas ocorrentes na região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia: análise florística e estrutural. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro, RJ: Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2006.

- VIVEIROS, R. S. Pteridófitas da serra do Caraça, Minas Gerais, Brasil. Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais, 2010.

- AXIMOFF, I. O que perdemos com a passagem do fogo pelos campos de altitude do estado do Rio de Janeiro?. Biodiversidade Brasileira, v. 2, p. 180-200, 2011.

- AXIMOFF, I.; RODRIGUES, R. C. Histórico dos incêndios florestais no Parque Nacional do Itatiaia. Ciência Florestal, v. 21, n. 1, p. 83-92, 2011.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Plano de manejo do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, v.Encarte 3, 2008.

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- PRADO, J. Pteridaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB092020>.

- SALINO, A.; ALMEIDA, T. E.; HERINGER, G. Pteridaceae. In: STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A.; SOBRAL, M. COSTA, D. P. KAMINO, L. H. Y. Plantas da floresta atlântica. Rio de Janeiro, RJ: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.516, 2009.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

Como citar

CNCFlora. Doryopteris paradoxa in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Doryopteris paradoxa>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 22/06/2012 - 19:22:22